segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VICISSITUDES DO FUTEBOL E SUAS TORCIDAS



Por que será que toda vez que tem muito dinheiro envolvido, mentiras, falcatruas e safadezas e desrespeito pela vida, a Rede Globo esta sempre envolvida. Vejam o caso do menino KEVIN DOUGLAS que morreu em Oruro - Bolívia, vitima do sinalizador lançado pela Gaviões da Fiel, justamente por uma torcida  “organizada”. Uma torcida que se organiza para realizar a viajem, para levar todos os torcedores juntos, para que estes estejam trajados uníssonos para o evento, para definir que bandeiras irão ser extendidas, como será o festejo dos gols e até onde irão se hospedar “juntos”, entre outras coisas.

Entrementes quando acontece uma tragédia por causa da irresponsabilidade, da inconsequência já características deste tipo de torcida o “juntos” desaparece e procura-se “um” só culpado, se ninguém vai assumir a culpa, encontrar-se-á um de preferência que seja menor de idade e que já esteja no Brasil para que lhe sejam aplicadas as medidas sócio educativas, pois sendo menor espera-se que não seja preso. Tudo muito bem bolado. Assim lavam-se as mãos, a diretiva desta torcida, o time que é quem devia dar o exemplo, se não saindo do torneio, pelo menos acatando a pena imposta pela Conmebol sem ter que nos espicaçar mais ainda com depoimentos que beiram o cúmulo do desrespeito com a vida humana.



Dirigentes do Corinthias se dizem estar sendo “lesados” economicamente por ter que jogar sem a torcida como manda a Conmebol, ou dirigentes que dizem que irão jogar para ver se esquecem a desgraça, chamando-a constantemente de “fatalidade” em todos os meios de comunicação televisivos e escritos. “Fatalidade” é um raio cair em pleno dia do jogo e matar alguém, isso é fatalidade, mas manusear um sinalizador sem ter conhecimento e cuidado suficiente num estádio lotado de gente, não pode ser chamado de fatalidade pelo simples fato de se tratar de algo que pode e deve ser controlado.



Encontrar e preparar para depois apresentar um menor para que vá assumir a culpa só piora a imagem da torcida, do time, do futebol e do Brasil, pois é um conto dos mais antigos esse do “Bode expiatório”. Bom, pressupondo que seja verdadeira essa versão o nó do conflito se enrosca mais ainda. Como esse menor estava com esses fogos que deviam ser manipulados por gente adulta?, por que não se entregou na Bolívia? Por que só apareceu agora? Por que a GLOBO recebeu primeiro este depoimento antes mesmo da policia? eu mesma respondo “estratégia”. O conto do bode é feito receita da vovó – Pega-se o bode, instruísse bem no que deve ser dito, ponto a ponto, apela-se à paixão que este sente pelo time, promete-se a ele mundos e fundos, esclarecesse bem as possíveis “suaves” penalidades que pode vir a ter, munisse ele com advogados experientes e "safos", e lançasse a “noticia” em rede nacional e em horário nobre num dos programas mais vistos pela população um dia antes deste se entregar à polícia.



O resultado desta estratégia qualquer um pode acompanhar nas redes ou na vizinhança de qualquer bairro aqui ou lá na Bolívia. Ninguém, absolutamente ninguém engoliu tamanha farsa. Pior, todos se sentem incomodados pela falta de respeito com a vida, torcedores do próprio Corinthias, outros torcedores, gente que não torce para time nenhum, jornalistas, ativistas de direita, ou de esquerda, todos estão entalados com a maneira com que a Gaviões da fiel e o time do Corinthias estão levando o ocorrido.



Os patrocinadores da marca devem, certamente, estar contabilizando a vida de Kevin em moedas. Por isso do investindo pesado para que o time e sua torcida, que lhe traz o lucro, não sejam penalizados, como o próprio Diretor de negócios jurídicos do Corinthias, preocupado com o prejuízo disse: “quem é que vai me ressarcir o prejuízo disso?” ninguém, absolutamente ninguém do staff da Gaviões da fiel ou do Time pensou sequer por um momento em se retirar do torneio, fazendo desta forma que a torcida entendesse que futebol é um jogo onde todos devem se misturar e reunir-se para compartilhar uma diversão, ninguém parou para pensar que as torcidas estão sim, atuando contra esse pressuposto básico do futebol e que se nada for feito muitos casos como este irão se repetir constantemente.



O certo é que uma pessoa chamada Kevin Douglas de apenas 14 anos perdeu a vida por justamente amar o futebol e por não querer perder a estréia do seu time na Libertadores, e ele não estava em nenhuma torcida organizada, estava apenas com o primo dele que também torce pelo mesmo time. O certo é que não é o primeiro caso deste porte lembrando o caso de Amanda que foi atropelada pelo ônibus da torcida e que também faleceu. O certo é que nada do que se diga ou se faça trará o KEVIN ou AMANDA de volta à vida como alguns fanáticos e cegos dizem, mas também é certo que uma punição exemplar evitaria que novas vidas se percam, inclusive a dos próprios torcedores deste mesmo time. O artigo 11 do código disciplinar da Conmebol reza que “ os clubes podem ser punidos por comportamento inadequado dos torcedores” e lista as infrações passíveis de punições que vão desde o lançamento de objetos no campo como rixas entre torcedores até atos que resultem em lesões da torcida contraria. O regulamento do torneio prevê até mesmo a exclusão de um clube cuja torcida pratique uma infração grave. Será que é preciso que isto se aplique? Não seria mais justo e mais digno que o próprio time saia, não por ter culpa no caso, mas por ser o único meio das torcidas entenderem que o campo onde os times se encontram para disputar um torneio de futebol não é um campo de batalha onde o adversário é o inimigo?

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